sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Isto de ter 2 filhos rapazes

Quando estava grávida do A. mais velho, descobri que era um menino às 12 semanas. Fiquei maravilhada, mas se fosse menina ficava na mesma.
A primeira gravidez é toda ela uma descoberta de emoções e sentimentos e tudo é vivido com grande entusiasmo.

Passado 2 anos e 9 meses, fiquei grávida do A. mais novo e muito se especulou sobre o sexo do bebé. Se fosse menina era muito giro, ficava um casalinho, mas se fosse menino também seria engraçado, ficariam certamente grandes companheiros: os manos.
E novamente às 12 semanas o obstetra deu-nos a notícia: "temos canhãozinho".

E assim, com um intervalo de 3 anos e meio certinhos esta casa encheu-se de testosterona.

Grosso modo não sinto grande falta do mundo das meninas, é claro que gosto dos lacinhos e das bonecas, das brincadeiras de casinhas e barbies, mas facilmente me adaptei aos Legos (a perdição do A. grande), ao mundo da Playmobil, aos carrinhos e garagens e às bolas de futebol.

Na realidade os rapazes são estupidamente mais descomplicados e pragmáticos. Um fato de treino e uns ténis. Umas peças de lego no bolso. O cabelo está bom como está. E siga a marinha.

No entanto há uma pequeníssima coisa que sinto falta. E é uma coisa que, como a natureza manda, só as meninas conseguem ter: instinto maternal. Aquele instinto que nós temos desde pequenas, em que cuidamos dos nenucos com a maior das ternuras, como fosse mesmo um bebé de verdade. E damos um biberon de plástico que até imita que o leite desaparece, e trocamos as roupas e damos mimos.
A falta que sinto disso cá em casa, que só existe comigo.

Os rapazes não têm cá nada disso. E quando sei de casos de famílias que tiveram um segundo filho, quando o primeiro foi menina penso logo: sortuda!!! Vai ter um nenuco de verdade.
Os meninos não querem saber, desde que os manos não chorem alto nem atrapalhem a brincadeira não fazem grande coisa com o membro mais novo em casa...

Lembro-me quando o A. mais novo nasceu do choque que foi, o mais velho só pedia "façam-no parar de chorar!!" e desatava ele a chorar. Do género: não brinca, não fala, não anda, serve para que?
Se fosse menina a história era diferente...

Mas não me queixo, não mudaria nada nestes meus borreguinhos que são tudo nesta vida.

2 comentários:

  1. Miga, eu tinha quase 5 anos, quando a minha maninha nasceu, e a minha reacção foi praticamente a mesma...de absoluta desilusão!...Depois de pedir durante meses uma mana para brincar, saí-me aquela coisinha careca, que não fala, não brinca e que passa a vida a chorar ou a dormir e ainda nos rouba atenção dos papás!... Esta vida de mana/mano mais velho é muito difícil!...Mas hoje é a minha melhor amiga e não imagino a minha vida sem ela, foi o melhor presente que os meus pais me deram.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como eu te percebo, afinal também sou a irmã mais velha. Como temos 7 anos de diferença eu encarei com muita naturalidade o seu nascimento, era o meu nenuco. No entanto o que ainda estranho mais no caso dos meus borreguinhos é o facto de serem rapazes e assim meio "brutos". O A. mais velho a interagir com o mano é assim pouco carinhoso, é a "ôme"... nas meninas não é assim, acho.

      Eliminar